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Saúde Mental e Férias: Porque Nem Sempre Relaxamos Quando Mais Queremos

  • Foto do escritor: Bewell Portugal
    Bewell Portugal
  • 15 de jul.
  • 3 min de leitura

Para muitos, as férias são aguardadas com grande expectativa ao longo do ano, vistas como o momento ideal para descansar, aliviar o stress e recuperar energias. No entanto, é comum que, quando finalmente chega o tão esperado período de descanso, a sensação de alívio e paz não seja tão imediata ou intensa quanto se imaginava.


Afinal, porque é que tantas pessoas não conseguem relaxar verdadeiramente durante as férias? A ciência tem algumas respostas — e também sugestões para contrariar esta tendência.

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Porque é Difícil Relaxar nas Férias? 


Mudança Abrupta de Ritmo

O cérebro humano adapta-se a rotinas intensas e níveis elevados de stress. Quando, de repente, esse ritmo abranda (como acontece nas férias), o organismo pode reagir com ansiedade, inquietação e até dificuldade em relaxar.


Ansiedade Relacionada com o Trabalho

Muitos continuam ligados ao trabalho mesmo durante as férias, seja por hábito, seja por receio de perder algo importante. A compulsão de verificar e-mails ou pensar nas tarefas pendentes pode impedir o verdadeiro descanso e perpetuar o ciclo de stress.


Expectativas Irrealistas

As férias são frequentemente idealizadas como um período perfeito, livre de problemas. Quando surgem imprevistos — atrasos, discussões familiares, dificuldades logísticas —, a frustração pode ser ainda maior, pois há uma discrepância entre a expectativa e a realidade.


Stress do Planeamento

O próprio processo de planear férias pode ser fonte de ansiedade: escolher destinos, organizar viagens, gerir orçamentos e conciliar interesses de todos os envolvidos pode ser exaustivo, levando a que se chegue ao destino já cansado.


Dificuldade em Desligar do “Modo Produtivo”

Vivemos numa sociedade que valoriza a produtividade constante. Muitas pessoas sentem culpa por “não fazer nada” ou por não serem “úteis” durante as férias, o que dificulta o relaxamento genuíno.


O Que Diz a Ciência?


Estudos mostram que, apesar dos desafios, as férias trazem benefícios reais para a saúde mental: reduzem os níveis de stress, melhoram o humor e aumentam a motivação e a energia após o regresso ao trabalho. No entanto, também revelam que o efeito positivo pode ser passageiro, especialmente se não houver uma verdadeira desconexão das fontes de stress.


Como Contrariar Esta Tendência?


Preparação Gradual

Tente abrandar o ritmo nos dias que antecedem as férias. Evite acumular tarefas para “deixar tudo pronto” antes de sair.


Desconexão Digital

Defina limites claros para o uso de e-mail e telemóvel relacionados com o trabalho. Informe a equipa sobre a sua ausência e delegue responsabilidades.


Ajuste de Expectativas

Aceite que nem tudo será perfeito. Imprevistos fazem parte da experiência e não invalidam o descanso.


Estrutura Leve

Se a falta de rotina o deixa ansioso, crie pequenos rituais diários (caminhadas, leitura, refeições em horários definidos) para dar algum enquadramento aos dias.


Práticas de Mindfulness

Técnicas como respiração consciente, meditação ou simplesmente prestar atenção ao momento presente ajudam a “ensinar” o cérebro a relaxar.


Tempo para Si

Reserve momentos a sós, mesmo em férias em família ou grupo, para fazer algo que lhe dê prazer e tranquilidade.


Cuide do Corpo

Alimentação equilibrada, hidratação e sono de qualidade são essenciais para que o corpo e a mente recuperem verdadeiramente.




Não sentir alívio imediato nas férias é normal e tem explicação científica. O importante é reconhecer esta tendência, ajustar expectativas e adotar estratégias que favoreçam o verdadeiro descanso. Assim, as férias podem cumprir o seu papel: restaurar o equilíbrio, promover o bem-estar e preparar-nos para os desafios do regresso ao quotidiano.

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